Conheci a Silmara Franco atraves da Eliza. Cada texto da Silmara é um afago no coração. Ela consegue como ninguém traduzir o que muitas vezes sentimos ou queremos dizer e não achamos as palavras certas.
Bom, como boa noiva fiz minhas listas de presentes. Muitos convidados foram às lojas escolhidas e deram os presentes que eu já havia previamente separado. Mas tive vários presentes que foram comprados em lojas diversas. Ainda bem que existem convidados rebeldes que pensaram em nosso gosto, no nosso jeito e escolheram presentes que é a nossa cara. Leiam o texto da Silmara e se alegrem como eu com os seus convidados que mandaram sua lista de presentes passear.
"O Brasil já teve sete moedas desde que nasci. E, depois de grande, eu me adaptei bem a pelo menos cinco delas. Foi fácil me familiarizar com a TV a cabo e seu jeito novo de assistir televisão. A transição do bip para o telefone celular foi tranquila (embora eu andasse com os dois, o sinal não era lá essas coisas). Aprendi a usar o email de um dia para o outro. Aderi sem problemas à ideia de separar o lixo na minha casa. E não vejo nada demais quando um amigo me conta como conheceu o namorado. Mas tem uma coisa que eu ainda não consegui me acostumar: lista de casamento.
Lista de casamento foi inventada para fazer a gente se esquecer do significado de presente. Todo mundo sabe como funciona: os noivos vão a uma, duas, três lojas, escolhem uma porção de presentes que gostariam de ganhar, o vendedor põe tudo numa lista enorme, os convidados vão até essas lojas, escolhem um item, pagam e mandam entregar. Ou fazem tudo isso de casa mesmo. E pronto. Tarefa cumprida. No máximo, vai um bilhetinho junto, com uma frase óbvia sobre amor, casamento, votos de felicidade e outras patacoadas, escolhida dentre meia dúzia de opções que a loja já preparou para clientes sem muita criatividade ou paciência.
Agora a gente já não precisa mais quebrar a cabeça pensando num presente especial para os noivos. Ninguém quer saber se eles são clássicos ou modernos; se vão morar num apartamento ou numa casa espaçosa; se gostam de azul ou se preferem verde. Alguém resolveu facilitar tudo. As palavras de ordem: simplificar, não ter trabalho, ganhar tempo. As lojas estão preparadas para trocar os presentes repetidos, ou aqueles que não agradaram muito. O jogo de panelas, mais o de copos e a dúzia de bandejas viram um único presente. Quem deu esse home theater para vocês? Na verdade, o tio, a tia, o amigo, a prima, o irmão, a cunhada, o avô. A saia justa na primeira visita: Gostaram do vaso de murano? Aquele que virou forninho elétrico.
Vá lá. Ninguém anda com tempo sobrando para longas peregrinações em busca do presente perfeito. Mas a facilitação exagerada arranca o charme dos rituais. Amputa o sentido de presentear. Manda para as cucuias o carinho, o afeto e o desejo original de ver o outro feliz.
Hora de reinventar o presente de casamento. E, por que não, o próprio casamento. O que já é outra história. Bem mais comprida."
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
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Oi, Romina!
ResponderExcluirMenina, mas que bacana ver meu texto aqui... Com crédito e tudo, quanta gentileza. Fico feliz que tenha gostado do texto. E que você tenha amigos rebeldes (rs). Obrigada pelas palavras carinhosas. Um beijo bem grande para você.
Silmara Franco
www.fiodameada.wordpress.com
Pior q é uma verdade. Infelizmente mtas noivas (me incluindo) tão começando do zero... n tem nada e nem grana pra comprar td e n podem c dar ao luxo d dxar d escolher os presentes =/ uma pena msm pois eu odeio "impor" alguem a me dar algo =/
ResponderExcluirBjus
Tem selinhos pra você lá no blog, tá? Bjus.
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